quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fernando Pessoa Heterónimo (Álvaro de Campos)

Álvaro de campos

  • Nasceu em 1890 em Tavira
  • Era engenheiro mecânico e naval
  • Viveu em Lisboa
  • Era um homem vigiado
  • De todos os heterónimos era o que tinha menos importância, destaca-se o semi-heterónimo bernardo Soares, ajudante de guarda-livros que sempre viveu sozinho em Lisboa e revela, no seu Livro do Desassossego, uma lucidez extrema na análise e na capacidade de exploração de alma humana
 
SÍNTESE

  • Predomínio da emoção espontânea e torrencial.
  • O elogio da civilização industrial, moderna, da velocidade e das máquinas, da energia e da força, do progresso.
  • Um poeta virado para o exterior, que tenta banir o vício de pensar e acolhe todas as sensações.
  • A ansiedade e a confusão emocional – angústia existencial.
  • O tédio, a náusea, o desencontro com os outros.
  • A presença terrível e labiríntica do “eu” de que o poeta se tenta libertar.
  • A fragmentação do “eu”, a perda de identidade.
  • O sentido do absurdo.
  • A excitação da procura, da busca incessante.
 
Linguagem e estilo

  • Verso livre e longo.
  • Exclamações, interjeições, enumerações caóticas, anáforas, aliterações, onomatopeias.
  • Desordem de ritmos, violência de metáforas – desespero por não poder meter as sensações nas palavras.

Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo de sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo.
Começa sua trajectória como um decadentista (influenciado pelo Simbolismo), mas logo adere ao Futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria.

Álvaro de Campos

Fernando Pessoa Heterónimo (Ricardo Reis)


Ricardo Reis

  • Nasceu em 1887 no porto
  • Era médico, mas no entanto não exercia
  • Foi educado no colégio de jesuítas, recebeu uma educação clássica (latina)
  • Era um pagão intelectual, lúcido e consciente.

SÍNTESE

  • Faz dos gregos o modelo de sabedoria (visível na aceitação do destino, de forma digna e activa);
  • Opõe a moral pagã à cristã, uma vez que considera a primeira uma moral de orientação e de disciplina, enquanto a segunda se impõe como a moral da renúncia e do desapego.
  • Segue as filosofias do epicurismo, do estoicismo e do carpe diem.
  • Considera que a sabedoria consiste em gozar a vida moderadamente e através do exercício da razão.
  • Recusa as grandes emoções e as paixões por considerá-las confinadoras da liberdade.
  • É um moralista.
  • Tem consciência da dor provocada pela natureza transitória/efémera do homem.
  • Receia a velhice e a morte.
  • Dramatiza o pensamento;


Linguagem e estilo

  • É clássico ao nível do estilo;
  • Emprega monólogos;
  • Utiliza a ode e o versilibrismo;
  • Usa hipérboles, latinismos, metáforas, comparações;
  • Prefere o presente, o gerúndio e o imperativo


O heterónimo Ricardo Reis é descrito como sendo um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, harmonia, um certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante em sua obra, clássica, depurada e disciplinada.
Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano de sua morte.
José Saramago, em 1887, ano da morte de Ricardo Reis continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterónimo, após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador


Ricardo Reis

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Fernando Pessoa Heterónimo (Alberto Caeiro)

Alberto Caeiro
  • Nasceu em Lisboa 1885
  • Viveu numa quinta do Ribatejo
  • Não exercia qualquer profissão era analfabeto e escrevia mal o português nos seus poemas
  • Morreu em 1915
  • É o mestre dos outros heterónimos e até do próprio pessoa, Caeiro tinha uma visão instintiva e ingénua da natureza procurando assim viver a exterioridade das sensações e recusando a metafísica.
SÍNTESE
  • Vive de impressões, fundamentalmente visuais;
  • Identifica-se com a natureza e vive de acordo com as suas leis;
  • É instintivo e espontâneo;
  • Prefere a objectividade;
  • Abre-se para o mundo exterior;
  • Recusa a introspecção e a subjectividade;
  • Repudia a expressão sentimental;
  • Vive no presente;
  • Defende a existência, em vez do pensamento;
  • Faz poesia involuntariamente;
  • Transforma o abstracto no concreto;
  • Usa uma linguagem simples, familiar e denotativa;
  • Prefere a coordenação;
  • Cultiva o verso livre;

     
    Caeiro, por seu lado, nascido em Lisboa teria vivido quase toda a vida como camponês, quase sem estudos formais, teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterónimos (pelo ortónimo, inclusive). Morreram-lhe o pai e a mãe, e ele deixou-se ficar em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta - filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não - filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
    Dos principais heterónimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Alberto Caeiro


Fernando Pessoa Ortónimo


 
Fernando António Nogueira Pessoa, mais conhecido por Fernando Pessoa nasceu
a 13 de Junho de 1888, em Lisboa. Muito jovem aos 8 anos de idade, em 1896 Fernando
Pessoa Parte para Durban, África do Sul. Passados 9 anos, em 1905, Pessoa regressa a
Lisboa. Em 1906 Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa, passado um ano, em 1907, Fernando Pessoa Abandona o curso. Em 1914 surge o aparecimento dos
seus três principais heterónimos, segundo indicação do próprio Fernando Pessoa, em  carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, sobre a origem destes. Em 1915 Pessoa publicou o primeiro número da Revista "Orfeu". Em 1924 surge a Revista "Atena",
dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz. Em 1926, Fernando Pessoa, patenteia a
invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras classificações,
Consultável em Qualquer Língua. E dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e
Contabilidade. Em 1927, Fernando Pessoa, passa a colaborar com a Revista "Presença".
Em 1934 aparece a obra "Mensagem", o seu único livro publicado. A 30 de Novembro
de 1935, com 47 anos, Fernando Pessoa morre em Lisboa.
Fernando Pessoa